segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Quem tem medo dos clássicos?

Pintura em livro - Mike Stilkey


Depois de um período de seca (adaptação da vida acadêmica,rs) estava sentindo muita falta do blog, então decidi me disciplinar pra escrever.

Esse tempo em que fiquei sem postar foi bastante produtivo nas leituras e, pensando no que seria legal pra trazer pra cá, me veio à cabeça (novamente) a questão da leitura dos livros clássicos.

Até mesmo entre os acadêmicos do curso de Letras percebo certo receio em se aventurar pelos livros clássicos, pra não dizer preconceito.

Nessa questão penso que é importante respeitar o gosto e a opinião de cada um, afinal de contas o prazer resultante da leitura é um dos maiores trunfos no incentivo por parte dos amantes dos livros, só que este prazer tem como uma de suas fontes a identificação que o leitor tem com o assunto que está lendo, o gosto que ele tem pelo tipo da leitura. É claro que é muito mais fácil lermos algo com o qual já tenhamos familiaridade ou do qual gostamos, mas ás vezes o esforço numa tentativa fora de nossa zona de conforto pode trazer grandes surpresas. E, por outro lado, tentar tipos diferentes de leitura nos abre as portas para novos conhecimentos e melhor discernimento sobre o que nos vai bem ou não. É totalmente permitido não gostar de um autor que o resto do mundo adorou e consagrou como clássico durante anos. As pessoas são diferentes e tem direito a isso. Mas é claro, para ter essa opinião é preciso conhecer do que se está falando.

Os clássicos são livros que foram odiados e injustiçados ou que fizeram sucesso desde o começo, mas para que isso mudasse ou se mantivesse foi necessário que milhares de leitores ao redor do mundo dessem uma chance para a obra. O livro, clássico ou não, precisa ser desbravado, muitas vezes em alguns casos, para que sua essência mostre o rosto para nós. Uma leitura que a princípio nos parece extremamente difícil pode se desenrolar depois de repetida. Um clássico pode se mostrar de fácil compreensão se passarmos a lê-lo de outra forma, de forma menos receosa e mais receptiva.

Como tudo na vida, os Clássicos só precisam de uma chance e um pouco de coragem!