quarta-feira, 30 de março de 2011

*Resenha* Precisamos falar sobre o Kevin

Sinopse

A partir de um crime brutal, este best-seller mundial discute maternidade e casamento, família e carreira.Eva Katchadourian na verdade nunca quis ser mãe - muito menos a mãe de um garoto que matou sete de seus colegas de escola, uma professora queridíssima, e um servente de uma escola dos subúrbios classe A de Nova York. Para falar de Kevin, 16 anos, autor desta chacina, preso em uma casa de correção de menores, a escritora Lionel Shriver arquitetou um thriller psicanalítico onde não se indaga quem matou. A trama se desenvolve por meio de cartas nas quais a mãe do assassino escreve ao pai ausente. Nelas, procura analisar os motivos da tragédia que destruiu sua vida e a de sua família.Dois anos depois do crime, ela visita o filho regularmente. Aterrorizada por suas lembranças, Eva faz um balanço de sua trajetória onde analisa casamento, carreira, família, maternidade e o papel do pai. Assim, constrói uma meditação sobre a maldade e discute um tabu: a ambivalência de certas mulheres diante da maternidade e sua influencia e responsabilidade na criação de um pequeno monstro.Ao relembrar o passado, reexamina desde o seu medo de ter um filho ao parto do bebê indócil que assustava as baby-sitters. Mostra o garoto maquiavélico que dividia para conquistar. Exibe o adolescente que deixava provas de péssima índole. "Precisamos falar sobre o Kevin" cria polêmicas ao analisar as sociedades contemporâneas que produzem assassinos mirins em série ou pitboys. Estimula discussões sobre culpa e empatia, retribuição e perdão nas relações familiares, e nos leva a debater uma questão tenebrosa: poderíamos odiar nossos filhos?



‘Precisamos falar sobre o Kevin’ é uma sugestão assustadora, odiosa, nua e crua e... tremendamente brilhante! Lionel Shriver é uma autora surpreendente, nos leva para dentro da mente de uma mãe inicialmente atormentada pela iminência da suposta falta de amor pelo filho, Kevin, e depois, depois dos sinais óbvios e dos implícitos, tem de lidar com o fato de que ele, pouquíssimo tempo antes de completar 16 anos, é o responsável por matar 7 de seus colegas de escola, uma professora e um funcionário.


Kevin Katchadourian, conhecido como “KK” depois de seu ‘episódio’ na escola, é um adolescente que não gosta de nada, não aparenta sentir nada a não ser enfado, cuja mente além de inacessível é tremendamente sombria. Ele não sente remorso pelo que fez, pelo contrário, se orgulha, e dá todos os sinais de ser o modelo perfeito de psicopata (pessoa que sofre de um desequilíbrio patológico no controle das emoções e dos impulsos, que corresponde freqüentemente a um comportamento anti-social).


Não seria esse o tipo mais de difícil de filho para se amar?


Essa é uma das questões que mais atormentam Eva Katchadourian: a dificuldade – ou a ausência de amor por Kevin. O livro é no formato de cartas de Eva para Franklin, o pai de Kevin, através das quais ela aborda sua vida, suas realizações, como se conheceram, seu casamento, a concepção um tanto indesejada de Kevin e sua infância e adolescência até a fatídica quinta-feira, data de seu atentado à la Columbine. O assunto do livro é muito delicado devido a crueza dos fatos, o horror de contemplar alguém que é capaz de ultrapassar – e ridicularizar – todos os limites que nos mantém civilizados e que reprimem nossos impulsos destrutivos, principalmente quando acontecimentos desse tipo envolvem ‘crianças’. Nos EUA, junto com os atentados terroristas, esse é um dos grandes e temíveis tabus: os massacres nas escolas, onde adolescentes marginalizados pela ‘hierarquia’ estudantil, cansados do bullying, decidem que a melhor saída é matar alguns de seus companheiros e/ou professores, como forma de se vingar do sistema, da sociedade ou da injustiça da vida. Tudo isso é bem chocante por si só. A realidade de que crianças entre 11 e 17 anos se vêem em turbulências emocionais e pressão cruel e desmedida tão grandes que vêem como única solução o mais drástico, desumanizador e violento ato de ‘redenção’.


Isso, visto pelo prisma da mãe do ‘responsável’, que se responsabiliza de certa forma pelos atos do filho, dividindo-se a vida inteira entre amor forçado e ódio por ele, em uma escrita crua e ao mesmo tempo repleta de sentimento de uma mãe para um pai, só pode resultar num livro cativante, aflitivo, e admirável. E com direito a um final no mínimo espantoso.

quinta-feira, 24 de março de 2011

*Cinema e Música* Carmen em 3D faz sucesso na rede Cinemark!


Gente, recebi um e-mail informando que Carmen em 3D fez tanto sucesso que a Cinemark decidiu fazer uma exibição extra esse domingo, dia 27, ás 17:00 em São Paulo e mais 11 cidades.

Segue abaixo o informativo que recebi com a notícia completa e mais detalhes.


Cinemark comemora sucesso de Carmen em 3D com sessão extra em São Paulo

A ATRAÇÃO, GRAVADA NA ROYAL OPERA HOUSE DE LONDRES, ATRAIU GRANDE NÚMERO DE ESPECTADORES NOS 27 COMPLEXOS EM QUE FOI APRESENTADA


Devido ao grande sucesso de público nas primeiras exibições de Carmen em 3D, a Cinemark irá realizar mais uma sessão da ópera que trouxe ao Brasil com exclusividade. As quatro primeiras apresentações, que aconteceram entre os dias 12 e 20 de março, reuniram milhares de pessoas nas 19 cidades em que a atração foi exibida. Com legendas em português e três horas de duração, a sessão extra será no próximo domingo, dia 27, às 17h, nos complexos dos shoppings Cidade Jardim, Market Place, Iguatemi, Eldorado, Higienópolis, Pátio Paulista e Villa Lobos. Os ingressos para Carmen, um dos dramas mais populares do mundo operístico, começam a ser vendidos nesta quarta-feira, dia 23, no site da Rede (www.cinemark.com.br) e nas bilheterias dos complexos. Os valores variam entre R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Sob direção de Francesca Zambello e condução do maestro Constantinos Carydis, a montagem traz nos papeis principais a mezzo-soprano Christine Rice (Carmen), o tenor Bryan Hymel (Don José), o barítono Aris Argiris (Escamillo) e a soprano Maija Kovalevska (Micaëla), na clássica história que combina elementos de amor, ciúme e traição. A produção de palco de Zambello, aliada à filmagem de Julian Napier, resultou em um espetáculo vibrante. As cores de cenário e figurino, o elevado número de figurantes – com destaque para a emblemática cena da batalha – e a utilização de animais em cena, como um cavalo, ganham novas dimensões quando projetadas na grande tela em 3D. Com distribuição exclusiva da própria Cinemark, o projeto conta com o patrocínio do Bradesco e o apoio da Barco, do segmento de projetores para cinema. A Rede Cinemark no Brasil Precursora e especializada no conceito multiplex no país, a Rede Cinemark chegou ao Brasil em 1997 e já está inserida no Distrito Federal e em 13 estados: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia e Amazonas. Atualmente, conta com 433 salas divididas em 53 complexos. É da Rede Cinemark a primeira sala de cinema em 3D da América do Sul, no Shopping Eldorado, em São Paulo, que segue o padrão exigido pelos grandes estúdios americanos. Atualmente, a Rede conta com 105 salas com a tecnologia de projeção digital em 3D no país. Em 2010, a empresa recebeu mais de 38 milhões de espectadores para assistir aos filmes nacionais e estrangeiros.


Fonte: Luana Rocha

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Aproveitem a oportunidade!!


quarta-feira, 23 de março de 2011

*Resenha e Cinema* Julie & Julia

Sinopse: A Desafiante: Julie Powell, prestes a completar 30 anos, presa a um emprego sem perspectivas e em busca de um novo rumo para sua vida. O Mito: Julia Child, autora do livro de receitas que apresentou as maravilhas da culinária francesa às donas de casa norte-americanas. O Desafio: Preparar todas as 524 receitas de Mastering the Art of French Cooking, o livro clássico de Julia Child, em apenas um ano - e sobreviver para contar a história. Bom, pra quem não conhece Julie &Julia é um livro (e um filme) sobre a vida de uma mulher, Julie Powell, que mora em Nova York, está chegando aos trinta anos, é funcionária pública e está passando por uma crise: não sabe se tem um filho - isso está começando a preocupá-la já que ela tem “uma síndrome” e todos os médicos dizem que por causa disso e da idade será difícil para ela engravidar - , não está satisfeita com seu trabalho de secretária – onde finalmente decidiu sem assentar e sair da ‘vida temporária’ para crescer e ser uma adulta séria – e por último, não está satisfeita com sua vida. Normal. Todos em algum ponto de nossas vidas nos sentimos incompletos, satisfeitos e que algo está faltando. Isso, aliado a uma crise de idade decisiva, pode enlouquecer qualquer um. Ainda mais uma mulher texana dada a pequenos ataques histéricos e com a pressa característica de uma nova-iorquina. Dado os fatos, Julie decide escrever um blog, para sair da sua rotina e das crises de stress cada vez mais freqüentes. Fascinada pelo livro ‘Mastering the Art of French Cooking’, de Julia Child, a mulher que ‘apresentou’ a cozinha francesa aos americanos. Para ter certeza de que ela irá se empenhar nesse projeto, que ela chama de Julia/Julia, ela põe um prazo de 365 dias para concluir 524 receitas do livro. Com muito humor, ironia, palavrões e temperamento explosivo, aos trancos e barrancos Julie vai fazendo (e refazendo as receitas) do livro, enquanto vai se fascinando pela vida e alegria de Julia Child, e, sem querer, além de aprender – na medida do possível – a preparar comida francesa, Julie se dá conta de a vida tem quer ser aproveitada, degustada, e que o seu caminho deve ser encontrado por você mesmo, não importa se os outros aprovem ou não, concordem ou não.O livro é bom, embora muitas vezes fique cansativo e repetitivo por causa do pessimismo, mau humor e histerismos da autora. São coisas releváveis, já que é importante manter-se fiel a sua personalidade, mesmo que os outros odeiem – a verdadeira Julia Child não gostou do blog e do projeto de Julie, o que é bem triste já que é possível ver o quanto Julie admira Julia. O filme é tão bom quanto o livro, é leve, divertido e as comidas têm uma aparência divina e Maryl Streep, no papel de Julia Child, é simplesmente maravilhosa – como em tudo o que faz.

segunda-feira, 21 de março de 2011

*Culinária* Creme de Goiaba com Chocolate

Confesso que adoro cozinhar, aliás adoro muitas coisas que muitas mulheres hoje em dia não gostam ou acham que uma regressão aos tempos obscuros em que as tarefas domésticas eram consideradas as única habilidades, e as únicas permissões, que as mulheres tinham. Procuro aqui no blog falar de tudo que o que eu gosto - e a internet nos dá esse doce privilégio - então eu pensei "Por que não falar de culinária?". Afinal, não existe nada melhor do que corpo e alma bem alimentados com arte, cultura e... comida!

Mas, sem muito trabalho e mistério, porque como praticamente todo mundo no século XXI estou, na maior parte do tempo com pressa, então a receita que vou compartilhar com vocês é bem rápida e prática e o melhor, fica muito, muito gostosa! Duas porções muito bem servidas e ainda tinha mais na outra travessa!*-*

Ingredientes
· 250 g de chocolate meio amargo picado

· 1 lata de creme de leite

· 200 g de polpa de goiaba

· 8 bolas de sorvete de creme



Modo de preparo


Derreta o chocolate em banho-maria e misture o creme de leite. Reserve. No liquidificador, bata a polpa de goiaba e o sorvete até obter um creme. Em taças individuais, coloque camada de creme de chocolate e camadas de creme de goiaba. Sirva em seguida.



Eu sempre modifico as receitas aqui ali, arriscando um pouco. Eu aumentei a quantidade de chocolate e de goiaba porque aqui em casa tem muita gente e pouca comida é sinônimo de encrenca. Também substituí o sorvete de creme por sorvete de Galak (chocolate branco) e ficou maravilhoso.


Fonte da receita:

domingo, 20 de março de 2011

*Cinema e Música* 'Carmen' em 3D

Neste frio e cinzento domingo (20/03) tive o imenso prazer de assistir a ópera ‘Carmen’ de Georges Bizet, em 3D no Cinemark do Shopping Eldorado.
Esta foi a primeira vez em que a ópera foi apresentada em terceira dimensão e foi uma co-produção da Royal RealD e Royal Opera House de Londres e o evento foi perfeito para fãs de ópera e para os iniciantes, pois continha legendas em português. Infelizmente as legendas continham muitos erros, mas isso não tirava a beleza do filme.




Bryan Hymel e Christine Rice


Carmen foi interpretada pela mezzo-soprano (voz feminina intermediária entre o soprano e o contralto) Christine Rice que foi – tentei encontrar um palavra melhor, mas foi extremamente difícil – intensa. Christine era a própria Carmen: maliciosa, maldosa, brincalhona, sensual, hipnotizante. Seus gestos, suas expressões e inflexões da lindíssima voz nos faziam acreditar e nos deixar levar por Carmen. Don José, o doce cabo dos Dragões de Alcalá que é corrompido por Carmen, foi interpretado pelo tenor (a voz masculina mais aguda) Bryan Hymel, com olhos claros e sonhadores, mas um presença e força no palco que nos faz acreditar na ingenuidade de Don José e também no excesso de seu amor por Carmen. Micaela foi interpretada pela soprano (voz feminina mais aguda) Maija Kovaleska, que não convenceu muito como moça assustada e recatada que busca trazer Don José para ‘o bom caminho’, mas sua voz é muito bonita e próximo do final ela nos emociona com sua decisão de ir atrás de Don José.
Don José tenta convencer Carmen de seu amor,
(final do segundo ato)

Ter toda essa experiência em 3D é praticamente indescritível. Acredito que até mesmo que não é muito fã de ópera ou não entende bem, teria se emocionado ou pelo menos se impressionado com a grandeza da apresentação. Sou apenas uma iniciante no conhecimento de óperas, mas pelo pouco que conheço, posso dizer que ver e ouvir esta apresentação da Royal Opera House de Londres me encantou e só me fez querer me aprofundar no mundo da ópera.



*Mais*

E se você assim como eu deseja conhecer mais a fundo as óperas, super recomendo a Coleção Folha Grandes Óperas que sai todo domingo nas bancas com o preço de 15,90. Vem um livro com pequena biografia do autor, glossário explicando os termos específicos, explicações sobre a música, os cantores e a gravação. Cada livro vêm com no mínimo dois Cds com a gravação completa de cada ópera. Me apaixonei por esse gênero de espetáculo através dessa coleção.
Recomendo nessa coleção – além de ‘Carmen’ é claro! – ‘La Traviata’ de Giuseppe Verdi, cuja personagem principal é interpretada por Maria Callas no auge do esplendor de sua voz. Maravilhoso!
Mais informações:

quinta-feira, 17 de março de 2011

*Arte* Henri Toulouse Lautrec

Henri Toulouse-Lautrec

Para inaugurar a coluna de Arte eu pensei em falar de um pintor que não é muito conhecido, mas com certeza povoa o nosso imaginário muito mais do que pensamos!
Henri-Marie-Raymonde de Toulouse-Lautrec-Monfa (1864-1901) foi um pintor do século 19 que retratou a vida noturna parisiense da época em suas obras. Ficou famoso como o artista boêmio do Moulin Rouge. O Moulin Rouge é um cabaret muito popular até hoje, localizado no distrito de Montmartre, em Paris. Abriu suas portas e mostrou os prazeres e as maravilhas do Moinho Vermelho ao mundo em 5 de Outubro de 1889 e Lautrec, já famoso no cenário boêmio de Paris, foi um dos convidados ‘vip’ da noite de abertura.
Recebeu educação artística quando menino e , aos 14 anos, sofreu um acidente e quebrou o fêmur esquerdo e o direito menos de 1 ano depois. Estes incidentes, junto com uma doença óssea congênita, atrofiaram suas pernas e ele se tornou praticamente um anão e tinha dificuldade para se locomover, passando então a se dedicar cada vez mais a pintura.
Através de suas litografias e pinturas retratou a vida nos bordéis, a belle epóque e a boêmia.














'Dança de Jane Avril '













'Alone'













'The Female Clown'(1895)


Se quiser conhecer mais sobre a vida e a obra do artista, recomendo estes sites:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u516.jhtm
http://www.lautrec.info/Moulin-Rouge.html (em inglês)
http://www.lautrec.info/biography.html (em inglês)


*Mais*


Henri Toulouse-Lautrec e a vida boêmia são retratados no filme Moulin Rouge: Amor em Vermelho (2001), de Baz Luhrmann, que, além disso, tem uma trilha sonora lindíssima e diversificada que dá um ar super moderno e visionário ao filme. Super recomendado!


Nicole Kidman e Ewan McGrgegor em cena de Moulin Rouge

sexta-feira, 11 de março de 2011

*Cinema* Cisne Negro



Sinopse
Beth MacIntyre (Winona Ryder), a primeira bailarina de uma companhia, está prestes a se aposentar. O posto fica com Nina (Natalie Portman), mas ela possui sérios problemas interiores, especialmente com sua mãe (Barbara Hershey). Pressionada por Thomas Leroy (Vincent Cassel), um exigente diretor artístico, ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas, em especial Lilly (Mila Kunis).

Cisne Negro com certeza não é um filme para ‘descontrair’. A tensão é tão grande e tão freqüente que o balé fica totalmente eclipsado. Aliás o balé é um ótimo pano de fundo para uma abordagem da relação mãe e filha e os conflitos psicológicos e éticos de uma garota nos bastidores não tão belo quanto a dança.
O que mais chama a atenção é o conflito interno da personagem principal. No filme, a personagem Nina Sayers (Natalie Portman) é escolhida para interpretar as duas irmãs ‘cisne’ numa montagem mais moderna do “Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky. A proposta dessa nova montagem é que as duas irmãs amaldiçoadas, o Cisne Branco e o Cisne Negro, sejam interpretadas pela mesma bailarina, uma nova bailarina, escolhida para substituir a já ‘velha’ e ultrapassada primeira bailarina da companhia, Beth McIntyre (Winona Ryder).
Nina é o perfeito ‘Cisne Branco’, doce, delicada, recatada e contida. Porém, ela também precisa lidar com o outro lado da moeda, a outra irmã, o ‘Cisne Negro’, sensual, sexual, rebelde, ousada, indomável. E esse, além da competição implícita de uma companhia de balé, é o maior desafio para a protagonista.
Quando as dificuldades de atingir a perfeição na execução do ‘Cisne Negro’ começam a pressionar a frágil Nina, aspectos de sua personalidade e da relação com sua mãe e os demais começam a se mostrar de verdade. As coisas não são tão perfeitas quanto parecem, nem tão certinhas como aparentam. As fragilidades afloram, se rompem e personalidades se dissociam.
E além de toda a tensão (algumas cenas chegam a ser aterrorizantes), fica sempre a expectativa... Ela irá conseguir ‘atingir’ o Cisne Negro?
O filme não vai ser do agrado de todo mundo. É bem complexo, pesado e cheio de sutilezas que geram muita discussão e reflexão. Num nível mais profundo e sutil, a história trata da ‘divisão’ que existe em cada um de nós. Em todos nós existe um ‘Cisne Branco’ e um ‘Cisne Negro’, nenhuma dessas faces é completamente boa ou completamente ruim. É preciso que elas coexistam de maneira equilibrada em nossas personalidades para que o Cisne Branco não seja esmagado pelo Cisne Negro e este não seja sufocado pelo outro, e para manter a ‘unidade’ da personalidade, do nosso eu, pois no filme a personagem não é capaz de lidar com esse dois aspectos da personalidade ao mesmo tempo.

P.S.: Existe um livro chamado 'A Lógica do Cisne Negro' de Nassim Nicholas Taleb que diz que um Cisne Negro é um evento impactante, imprevisível e até improvável, mas que, depois que acontece, sua ocorrência torna-se evidente. Algumas pessoas acham que o filme foi baseado nesse livro, mas não encontrei informação nenhuma a respeito. No entanto encontrei uma matéria muito boa num blog relacionando o filme e o livro.
Aqui está:
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/02/06/cisne-negro-e-mae-tigresa/

quinta-feira, 10 de março de 2011

Meus textos.

Menino, eu sinto sua falta. Eu olho pras estrelas e te imagino como se fosse mais uma delas, como se fizesse parte do céu. Eu ainda me lembro dos seus olhos e do abraço mais apertado do mundo, da primeira vez em que nos vimos, quando te conheci pouco a pouco e comecei a gostar de ti. Eu imagino que nós dois somos apenas duas estrelas solitárias, uma dependendo da outra somente pra existir. Me perco em sonhos;pensamentos e desejos, mas em nenhum instante seu sorriso me sai da mente. Eu me lembro de cada detalhe de seu rosto; de seu jeito idiota de agir e de me fazer rir em qualquer situação. Eu me lembro dos seus olhos. Do seu abraço esmagador, do seu sorriso gigante de criança feliz, das vezes em que me perdi olhando por dentro de ti - e você nem percebeu. Eu me lembro das conversas ao fim da tarde e ao começo da manhã, das vezes em que chorei por sua causa -e você nunca soube. Vem, junte-se a mim. Torne-se apenas mais uma estrela perdida no meio de tantas outras… Por favor, precise de mim pra que tu se tornes completo, assim como eu preciso de ti pra que o pedaço do meu coração que se partiu, finalmente esteja de volta ao seu devido lugar.

O tempo passa e eu cismo em não esquecer; o choque do meu corpo se colando com o teu; o olhar descontraído que você sem querer me direcionou. Eu cismo em não esquecer do seu sorriso brincalhão, dos olhos de menino e do abraço apertado; e a vontade de te ter aqui por perto não sai do meu coração. Seu nome não para de escapar pelos meus lábios; o digo a todo momento. Talvez porque eu o adore e queira usar como nome para meu futuro filho, ou quem sabe porque os nossos nomes combinem. Eu ainda me lembro. Me lembro de cada brincadeira sem graça, piada idiota. Mais do que tudo, não me esqueço dos seus abraços suados e desconfortáveis, mas que não foram piores por isso. Eu me lembro, garoto. Não importa o quanto você tente explicar, quantos novos meninos e novas sensações eu sinta, dessa eu não vou me esquecer. Foi a primeira vez, e primeiras vezes são para sempre. Simplesmente não dá pra voltar atrás.

Letícia.