segunda-feira, 13 de junho de 2011

*Resenha* Memórias de uma Gueixa - Arthur Golden

Sinopse
"Memórias de uma Gueixa" é um romance fascinante, para ser lido de várias maneiras: como um mergulho na tradicional cultura japonesa, ou um romance sobre a sexualidade, e ainda, como uma descrição minuciosa da alma de uma mulher já apresentada por um homem. Seu relato tem início numa vila pobre de pescadores, em 1929, onde a menina de nove anos é tirada de casa e vendida como escrava. Pouco a pouco, vamos acompanhar sua transformação pelas artes da dança e da música, do vestuário e da maquilagem; e a educação para detalhes como a maneira de servir saquê revelando apenas um ponto do lado interno do pulso - armas e mais armas para as batalhas pela atenção dos homens. Mas a Segunda Guerra Mundial força o fechamento das casas de gueixas e Sayuri vê-se forçada a se
reinventar em outros termos, em outras paisagens.





Há muito tempo que eu quero ler esse livro, desde que vi o filme e descobri que era baseado num livro, assim como qualquer filme que me emociona, eu não descanso enquanto não leio a obra. Os filmes embora bem feitos, não alcançam a riqueza de detalhes e o estilo único de escrita de cada autor. Enquanto não leio o livro nunca acho que sei o bastante sobre a história que o filme retrata.


No caso de ‘Memórias de uma Gueixa’ de Arthur Golden além de emocionante, duas outras coisas chamam a atenção e são imprescindíveis de se comentar: O autor relata as memórias uma mulher de forma tão delicada e profunda que se pode acreditar que é uma pessoa de verdade expondo suas lembranças ao escritor, além da descrição interessantíssima e até inédita da vida e dos costumes das gueixas no Japão de século XX.


A pesquisa sobre o universo das gueixas pode ter se mostrado um desafio para o autor num primeiro momento pois como o autor mesmo explica em seus agradecimentos ao término do livro, ele tinha muitos conceitos errôneos sobre a vida e os hábitos de uma gueixa, e, graças a entrevistas com algumas delas que acabaram tornando-se boas amigas dele ele pôde desvendar os mistérios desse atraente e peculiar mundo de delicada beleza. Embora seus colaboradores tenham respondido suas perguntas com sinceridade muitos o aconselharam a não mostrar as coisas com tanta clareza, talvez por causa do tema complicado da sexualidade ou do lugar inferior que as mulheres ocupavam na sociedade japonesa das décadas de 30 e 40.


A narrativa, feita em primeira pessoa pela própria Sayuri, revela a delicadeza e humildade de uma mulher que passou por sofrimentos e encontrou seus próprios e arriscados meios para preservar seus sentimentos e sua felicidade. A personagem é vendida a um Okiya, lugar onde vivem as gueixas, em tenra idade sem entender muito bem o que significava tudo aquilo. Depois de diversos contratempos, ela decide que para alcançar seus objetivos de felicidade ela precisa se tornar uma gueixa, mas para realizar seus sonhos ela tem de pagar diversos preços, alguns altos demais por sua rebeldia diante do próprio destino.


Ao longo da trama você se vê tão envolvido pela meiguice, tranqüilidade e bondade da personagem que é difícil acreditar que, embora o autor relate fatos verdadeiros a respeitos das gueixas de Gion dos anos 30 e 40, seus personagens são fictícios. É possível sentir e até acreditar que estamos ‘ouvindo’ os relatos difíceis e emocionantes de uma mulher de verdade.
Leitura absolutamente recomendada para quem se interessa pela história das mulheres e do Japão e quem gosta de uma boa narrativa de memórias.

Um comentário:

  1. Comprei esse livro a algum tempo e estou me negligenciando para iniciar a leitura dele. Já tinha ouvido falar do livro e do filme, e eu pensava que eram memorias verdadeiras. E enquanto eu assistia o filme eu ainda tinha essa concepção. Só depois é que pesquisei mais sobre o livro, é que descobri que era fictício. O filme acabou se torando um dos meus favoritos e é muito emocionante. Espero que com o livro eu tenha uma visão melhor da história.

    Obrigada pela visita!
    Gostei muito do seu espaço.
    Beijos.

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